quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Confusão no bairro

Passou-se hoje no meu bairro
Um passarinho caiu morto no meu terraço
Ao mesmo tempo que a vizinha da frente bateu com o carro
Enquanto o tirava de traseira da garagem
Altura em que a testemunha de Jeová tocava ao seu portão
Água quente, no banho!?...
Hoje foi uma miragem…
Gelado até aos ossos, rijo que nem aço
Esgueirei-me para fora da banheira
Eis senão… que situação
Escorreguei, dei um trambolhão
E bati com a cabeça na sanita
Não foi que a gata do lado se aproveitou da minha ausência
Correu para o terraço sem a minha licença
E comeu o passarinho caído no chão!?
Que outra expressão para desabafo, pois então
Ganda cena, que nojeira!
Enquanto a vizinha histérica grita
Levanto-me, bato novamente com a cabeça na sanita
Fico zonzo com tamanha chinfrineira
Chama a vizinha pelo marido que ainda dorme
É tanta a gritaria que acorda o bairro em sobressalto
A testemunha de Jeová foge assustada
A gata dá três pinotes e sai desalvorada
Água quente, essa foi mentira
No bairro hoje ninguém tomou banho
Ficou toda a gente transtornada
E como se não bastasse o transtorno tamanho
P’ra ajudar, até um camião que transportava porcos
Que bem cedo partira de Porto Alto
Capotou e espalhou os bichos pelo asfalto
Aí sim, a confusão foi total!...
A porcaria ficou toda espalhada
O bairro cheirava a merda esparramada
E a balbúrdia então foi tal
Que a vizinha de tanto gritar ficou rouca
A gata assustada arranhou-a feita louca
E a mim ainda me dói a cabeça da pancada…

… /…

Um comentário:

a_ciganita disse...

Apre que grande confusão, João. Impõe-se perguntar? E os neurónios, ficaram soltos? Bateram uns contra os outros? Olha para a minha mão! Quantos dedos tenho levantados?
Ah... e a sanita?