segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fim

Cruzamo-nos e estendemos os braços
Mas não nos chegamos a tocar
Giramos e prosseguimos
Voltamos a cruzar-nos e chocamos
Resvalamos e seguimos
Com o corpo dobrado
Em forma de degrau
Sentados no ar
Rumamos até ao fim...
Rodopiamos e afastamo-nos
Dói cá dentro…
O impacto projeta-nos para longe
Espaço etéreo que ainda não é
Mas que a seu tempo será o nosso
Aonde?
No infinito…
Os corpos em forma de degrau
Sentados no ar
Desdobram-se agora, relaxam
O degrau alonga, vira patamar
Que se estende até se transformar
Em plataforma tranquila planando no ar
Continua a não haver chão, só ar
E os corpos seguem viagem
Noutra forma de estar
Seguem agora em rota linear
Rodopiando sobre si, em espiral
No espaço etéreo se fundem
Que é agora o nosso espaço
O bem-estar instala-se
E a ordem revela-se
Fundidos, seguimos viagem
Pelo espaço que nos devora
Já não chocamos
Incorporamos um no outro
E desaparecemos num ponto
É o fim…
… /…



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