terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Recompensa ao final do dia

Assim me despeço de hoje.
Descontraio de mais um dia que passou sem nada de especial ter acontecido.
Ou não terá sido bem assim…
Um telefonema, uma notícia, o adeus na partida de um barco e a alegria de ver uma bebé a crescer no colo da sua mãe que a adora, são dádivas de valor incalculável.
A espera intensa de que um dia tudo vai ser ainda melhor e de que o mau tempo vai passar, valoriza ainda mais esse património.
O sol, que timidamente deu sinal, mais o silêncio que agora me envolve, embalado pelo Adaggio de Albinoni, oferecem-me a noite que mereço.
Como se não bastasse, envolto em pensamentos recorrentes, sonho com quem me ama.
Do meu sonho fazem parte também, todos os meus queridos que já partiram e que me visitam, nas horas em que a calma desce sobre mim, enquanto me despeço de mais um dia em que choveu.
E esta recompensa que humildemente recebo, com a ideia de que não mereço tanto, vivendo a sensação de que fui e sou feliz e de que não necessito de muito mais, ganha volume com a aveludada perspectiva de que um dia nos voltaremos a reencontrar…
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Um comentário:

a_ciganita disse...

Ainda há pouco, em conversa com o meu filho, ele me dizia que quando se sente down, negativo, rabugento com a vida, em pleno descontentamento de si e de todos, sente algo dentro dele que o obriga a olhar em redor. E é nesse olhar atento e sentido que percebe - intensamente - a sua necessidade de dar graças pelas pequeninas coisas que percebe (afinal) terem enorme valor. E dá graças e liberta-se e fica feliz. Olhemos então em redor, com atenção, e aceitemos que a felicidade depende da consciência que temos -verdadeiramente - de tudo a que estamos ligados, de tudo o que, muitas vezes em simbiose, partilhamos. Creio ser essa (também) uma das nossas obrigações. Só assim estabeleceremos ligações importantes com todo o universo. E é essa atitude, lúcida, desprotegida (porque sem defesas) e simples, que fará com que os que nos rodeiam também sejam mais felizes.