sábado, 1 de fevereiro de 2014

Deserto

Caminhas num deserto de areias pisadas
Onde tantos outros vão à deriva como tu
Há muito que o sol deixou de te iluminar o caminho
Escondido que está por detrás das nuvens lá no céu
Caminhas por instinto e eu caminho a teu lado…
Teus pés secos do cansaço deixam marcas no chão
Logo o vento negará por aqui teres passado
Mas é verdade, por aqui passaste…
Que marcas? Que areia?
Não deixaste marcas mas a areia queimou-te os pés
E a areia é tudo o que resta…
Enterras cada vez mais os pés e caminhas
A cada passo, recordas quem sempre foste
Mas quando olhas à volta não vês ninguém
Fica calmo(a) e caminha, não te assustes
Verás que estão todos lá à frente
Quando o sol te iluminar outra vez eles surgirão
E o teu brilho alimentará as suas vidas como dantes
E voltarão a esquecer-te ao caminhares de novo sozinho(a)
Na sombra do que sempre foste…
À frente, lá muito à frente
A areia encontra sempre o mar
Depois…
É só navegar, navegar…

… /…

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