quarta-feira, 10 de julho de 2013

Voo picado II

Neste cais sem luar
Junto ao rio que corre mesmo ao lado
Dispo-me do passado
E coloco as asas
Que me transportarão daqui

Com estas asas planarei
Flutuarei no céu azul
Darei por mim lá em cima calmo
E sentir-me-ei talvez só...
Ainda que acompanhado…

Voarei para além do banal
Talvez só, ou não, é-me igual
Olharei à volta e brindarei ao ar
Brindarei à lua nova, à escuridão do seu luar
E brindarei desapaixonado

Olharei… lá de cima vê-se tudo
Se quiser, verei o mundo
O mar, os campos e as flores
Flores de todas as cores
Brindarei a todos os ex-amores…

E então desviarei o olhar
Silêncio, pararei para respirar...
De repente, em voo picado
Num imenso pique desenfreado
Tombado no chão deixar-me-ei estar

Recordando o jardim dos teus olhos
Contarei por entre os dedos da tua mão
Flores... murchas aos molhos
Já sem cor, secas, mortas…
Em harmonia com o meu coração

… /…

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