quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Geometria aplicada

E agora?...
Foram-se as ideias…
Era esse o meu medo!...
Logo agora que está a chegar o Natal
Noutra época diria como é bom sentir-me assim…
Mas logo agora!?...
Sim, porque também é bom ter a noção do vazio que ocupamos em nós
Com tantas ideias, no entanto vai-se a ver e são nada…
E agora?...
Foram-se as ideias…
Era esse o meu medo!...
Logo agora que precisava tanto delas
Noutra época diria deixa lá, sente o vazio, outras ideias virão… tantas outras
Mas, logo agora!?...
Sim, porque também é bom perceber que elas não têm hora marcada…
Que podem ser tantas e não valerem para nada…
E agora
Foram-se as ideias…
Não, não tenho medo
Preciso de o sentir…
O vazio, calcular as suas medidas
Qual o seu perímetro, qual a área que ocupa, qual é o seu volume?...
Sim, porque o cérebro que o transporta tem forma
É é ele um cubo, ou é uma esfera, é um paralelepípedo?
E agora?
Foi-se a memória…
Estou com medo!
Agora que está a chegar o Natal, preciso dela
E a alma… e o peito!? Qual é o seu peso!? De que massa é feito?
E o Pai Natal, o que é que vai dizer?
Logo agora que está a chegar o Natal
Era esse o meu medo!...
Foram-se as ideias…
E agora?

…/ …

Um comentário:

a_ciganita disse...

Talvez seja exactamente porque se aproxima o Natal que as ideias rareiam, afinal o Natal deixou - há muito - de ser para todos e as palavras ressentem-se pelos abismos que se vão avolumando entre as gentes. Agora... aguarda-se pelo ano novo, deveras mais interessante que O Natal.