sábado, 28 de dezembro de 2013

Até para o ano!...

E pronto, foi-se o Natal!...
As casas ainda cheiram a fritos, há papéis de embrulhos dobrados e restos de fitas com laços amachucados, em cima das cadeiras.
A árvore de Natal ainda pisca em jeito de despedida. Em seu redor, um ou outro presente à espera de quem o irá recolher mais tarde, porque a azáfama dos dias antecedentes não possibilitou a entrega.
Na rua, as pessoas passeiam-se com as roupas que estrearam no dia vinte e cinco.
Como é fácil e até divertido perceber as botas novas, usadas sobre as calças, ou o blusão para a neve, vestido num dia como o de hoje, em que o sol espreita timidamente…
Alguns encontram-se de férias, outros vivem já a rotina diária dos seus empregos. Todos desfrutam das iguarias em cima das mesas, que ainda estão postas, ao fim do dia, na sala de jantar.
Os miúdos, no chão, brincam, já sem muito entusiasmo, com os brinquedos que receberam há dois dias e contam o dinheiro que amontoaram no envelope, dando-lhe destino para os próximos dias. É que ficam sempre coisas por receber (!?...)
A televisão, ligada, transmite constantemente anúncios alusivos à época dos saldos que aí vêm. Afinal, o Natal já lá vai e importa trocar rapidamente a roupagem…
Troca-se a amizade por uma farpela nova, muito em conta, a solidariedade por um fim-de-semana de Ano Novo, com réveillon incluído e o amor por um qualquer gadget, que entretanto reduziu o seu preço em quarenta por cento, logo no dia a seguir ao Natal.
Toca a pensar nas dietas, nos programas e tratamentos para emagrecimento e nas sessões nos spas.
Em breve, a árvore de plástico recolhe à caixa de cartão e as figuras do presépio serão embrulhadas e guardadas na velha caixa de sapatos.
Apagam-se, assim, as luzes da árvore e o coração continuará às escuras, por mais um ano.
O Natal já lá vai…
Até para o ano, Menino Jesus!

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Um comentário:

Nascente da Musica disse...

Ho Rafael...ânimo porque os dias, estes dias são trocados depois pelo Verão. E lá dizemos nós novamente e sempre sucessivamente, para o ano há mais. Que rica Sociedade hein? Aínda bem que existes tu e outros a comentá-la de uma forma poética! Ao menos compartilhemos a vida sem trocas de farpelas...um grande abraço! Alexandre.