quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A magia do sete a seis de dezembro

Dizem que a vida se cumpre a cada ciclo de sete anos e que o que não muda, então, durará para a vida inteira.
É inevitável que, sempre que ouvimos tal afirmação, ou quando dela nos lembramos, de imediato fazemos contas e arriscamos intensas retrospetivas, na tentativa de reconhecermos a dita premonição nos diversos factos e episódios da nossa vida, decorridos até à data.
Com efeito, somos todos muito iguais e desejamos, por isso, acreditar em algo sobrenatural que nos guia, dando-nos um propósito de vida. Os mais resignados, porém, esperam que, a cada sete anos, aconteça algo de extraordinário nas suas vidas, na expectativa de que qualquer coisa mude, fingindo esquecerem-se que, para tal, deveriam ter agido ou reagido de alguma forma, num qualquer momento. É óbvio que, não o fazendo, arriscam-se a ver a vida passar-lhes à frente dos olhos, sem sequer um vislumbre de mudança.
Os sete anos que amanhã se cumprem falam de coisas diferentes e únicas.
A minha vida mudou há sete anos! A minha vida não mudou da noite para o dia, mas sim da luz para as trevas, as quais tive de enfrentar, a partir de então.
Ao longo dos últimos sete anos, muitas coisas boas aconteceram também, mas apenas quando um dia se cumprirem sete anos sobre cada uma delas, poderei afirmá-lo, com a certeza de não me ter enganado.
Nestes sete anos aprendi a caminhar sozinho, sem bússola ou mapa. Entristeci por diversas vezes, vacilei outras tantas, assustei-me em muitas ocasiões, ao mesmo tempo que aprendi a acreditar em mim, nas minhas intuições, fazendo jus ao legado que recebi e valorizei aqueles que me são queridos. Estreitei laços, desatei alguns, reforcei afetos, perdi alguns, também e o tempo dirá se e o quanto valeu a pena.
Há sete anos vivi o dia mais triste da minha vida e nesse dia julguei ter chegado o meu fim.
Sete anos passados, consegui dar a volta. Há vida para além de então, reconheço. Mas foi difícil, com intensos momentos de catarse que duram até hoje, embora mais tranquilos, mais ténues e doces, também.
Na verdade, cumpre-se amanhã um ciclo de sete anos e cumprido que será, posso afirmar que me sinto, de novo, a ganhar velocidade de cruzeiro.
A máxima confirma-se, depois da tempestade vem a bonança, embora jamais se saiba por quanto tempo (!?...)
No entanto, se é verdade que, por um lado, ao fim de sete anos, observo que a  vida está a mudar e teima em me mostrar um novo rumo, tendência para a qual eu não fui alheio e lutei a cada dia que me levantava, Deus sabe com que vontade, por outro lado, há coisas que não se alteraram e que, com a mais forte das convicções atiro, podem vir mais sete anos e mais sete e muitos mais múltiplos de sete, é-me perfeitamente igual, pois para isso não mexi nem mexerei uma palha. Quero que continue a ser sempre assim…
Como tenho saudades tuas, minha mamã!...

… /… 



2 comentários:

a_ciganita disse...

Céptica por adopção e opção, quero arriscar (até porque posso estar enganada quanto ao meu cepticismo), que se algo existe para além da morte, essa mamã espreita sorridente por entre as nuvens. E, com ternura, vela por seus queridos filhos e descendentes, orgulhosa do seu legado. Deixou ensinamentos únicos; valores inesquecíveis; prazer pela vida; forças para iluminar as trevas e transformar o que dói em doces recordações. A felicidade espreita e essa será a sua maior recompensa.

Anônimo disse...

Abencoado Filho de uma abencoada Mae que lhe faz juz sendo quem e' , Sente o teu coracao e reconhce-A prescurta a tua alma e glorifica-A
Olha-te ao espelho e reconhce-A. E da-lhe um beijo meu. Ne'