No teu camarim com janela p’ra rua
Deitada, olhas o tempo que passa
Não sorris, não choras e não falas
Quase despida vais olhando
A andorinha que passa voando
E desenha um risco até à lua
No teu camarim com janela p’ra rua
Preparas-te, agora, p’ra voar
Como a andorinha que passa voando
Agarras o risco desenhado
E com o tempo quase esgotado
Abeiras-te da janela, já nua
E de braços abertos olhas a rua
Despida do papel que já não é o teu
Olhas p’ra trás, acenas um adeus
E já sem tempo sequer para a dor
A sorrir, brindas à vida em teu redor
Dás um salto e aí vais, voando já nua
P´ra trás deixas o teu camarim
Local triste que não foi feito p’ra ti
Nem a janela com vista p’ra a rua
Prendeu o teu olhar por muito tempo
Largaste a dor e o sofrimento
No teu camarim com passagem p’ra lua
… /…
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