sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A minha cidade

Para mim, existem diferentes tipos de memórias, as reais, as quase reais e as que eu imagino que são reais…
Nelas viajo há quase cinquenta anos.
Foram elas que, ao longo dos anos, criaram e reforçaram os alicerces do mundo que é o meu, onde eu, feito arquiteto e pedreiro, construí a minha cidade.
Nela existem construções, umas que se ergueram a um ritmo incrível, outras que ruíram faz algum tempo, outras ainda que não passaram de projetos bonitos, permanentemente adiáveis.
Na minha cidade existem rios, pontes, caminhos, escolas e jardins. Nas escolas e nos jardins há crianças, todas elas felizes. As pontes e os caminhos estão repletos de gente que se encontra, sorri e abraça.
Nos rios, corre a água… a água que tudo lava e que, suavemente, transporta todo o tipo de memórias, as reais, as quase reais e as que eu imagino que são reais.
Por fim, elas misturam-se e desaguam na foz do mar das lembranças e do esquecimento, também.
Importa apenas que sejam memórias, porque reais ou não, pouco interessa… Importante é que tenhamos sempre do que nos lembrar, nem que apenas seja dos sonhos que sonhámos um dia.

… /…

Um comentário:

Unknown disse...

Já passei por essa tua linda cidade e, de vez em quando, irei visitar-te e lavar algumas memórias, nessa água que imagino pura. Nos meus mundinhos também há montes cheios de cores a misturarem-se pelas flores silvestres e muitos cheiros carregados de memórias. São especiais, essa tua cidade e os meus mundinhos: têm asas de esperança naif.