quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Separação

A vida é mesmo assim…
Ainda ontem vivia a alegria de ter reencontrado amigos de há anos
Hoje a dor da separação
Com a fé de que voltaremos a encontrar-nos um dia
Acaso eu mereça o mesmo destino
O destino dos bons…
Uma amiga especial partiu…
E o mar do Meco jamais será igual…
As noites confundir-se-ão umas com as outras
E a estrada de Alfarim parecerá sempre mais longe e mais longa
As raízes das árvores por debaixo do alcatrão
Serão mais notadas do que sempre foram
Porque serão ainda mais fortes…
Mas a chegada, essa será mais triste…
É sempre assim…
Um dia tudo fica tão diferente…
E sentimos um vazio que não conseguimos interpretar
Mas que nos tolhe, amarra
Um pequeno sufoco permanente…
Hoje, aqui, com esta brisa fresca que me beija
E me traz o doce cumprimento da despedida
A cada virar do rosto, a cada lance do olhar
Revisito momentos (e são tantos) que fizeram de alguns dias da minha vida
A razão de os ter suportado…
Naquele local fui tantas vezes feliz
Outras nem tanto…
Mas o brilho e o sorriso daqueles olhos verdes
Viverão comigo para sempre
Em Alfarim revisitarei sempre a amizade
E o desejo dos reencontros
No adeus tantas vezes acenado por detrás do portão…
O quintal dos sonhos e o pequeno anexo ao pé do poço
Guardarão ad eternum memórias profundas que vivem comigo
As mesmas memórias do riso emprestado às conversas
Durante anos de amizade sincera…
Ontem, ao percorrer a estrada de Alfarim
Senti cada salto provocado pelas raízes das árvores por debaixo do alcatrão
Cada uma delas foi como que uma lágrima sentida
A cada quilómetro, a cada lágrima, foram cada vez menos as de tristeza
E em maior número as de alegria…
Na igreja, ao final da estrada, deu-se o reencontro
Com a tranquila sensação de que ambos chegámos a casa…

… /…

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