Abro a
janela do meu sotão
Sinto o ar
fresco a tocar-me a face
Dou-lhe os
bons dias
Só depois o convido a entrar…
Então, como
quem o desejo adia
Sopra-me,
escapa-se e gira
Gira, gira e
rodopia…
Num misto de
recusa e rebeldia
De encontro às
paredes e teto…
Por fim ao
assunto vai direto…
Desce pelo
esconso dos fundos
Aninha-se na
minha cama
Tapado, para
não se constipar
E como gente
que se ama
Tranquilo, deixa-se assim
estar
Depois de
resolvido o assunto
Abraça-me,
toma duche junto
Vai embora e
deixa-me a sonhar…
… /…
Um comentário:
Simpática essa aragem que entra pela janela do teu sótão e te deixa, por fim, a sonhar. Também tenho uma janela dessas. Por ela entram sonhos - em deslize - pelos braços da Lua e eu aninho-me em felicidades imaginadas. E de manhã acordo cheia de cócegas, com os beijos repenicados, mas suaves, do Sol.
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