Rasga-me e
vê o que nunca viste porquanto me ignoraste
Quando
passaste por mim…
Vais ver que vais sentir-te melhor...
Tenho tantas
coisas escritas em cadernos de linhas
Que são as minhas...
Que são as minhas...
Mas nunca os folheio, porque a coragem escapa-se-me por entre os dedos…
Por isso,
vá, tenta rasgar-me
Desfolha-me
página a página e lambe a tinta que me manchou
Cheira as
folhas e bebe-lhes o perfume das palavras
Cada uma é diferente da outra e
todas juntas compõem o livro que sou eu
Mas que nunca me escrevi...
E que por isso nunca me leste...
Mas que nunca me escrevi...
E que por isso nunca me leste...
Será ele a inspiração para o meu requiem, quando o final dos meus dias chegar
Nele te
reverás…
Rasga cada
folha e dá-te a provar um pouco das minhas angústias, pedaços de ti
Apenas para lhes
sentires o gosto...
Depois,
enfia-me os papéis na boca e lambe-me os cantos, se vires que há tinta a escorrer
Quando
começar a regurgitar o veneno que te dediquei em vida
Empurra-mo
de novo para dentro, até sufocar…
Quando te
sentires cansada e os meus olhos já não te encontrarem, chegou a hora
Deixa-me
ficar assim, com a tinta a escorrer-me pelo queixo
Não haverá
nada mais a fazer…
Momento
sublime, esse…
Depois de
nunca te ter tido verdadeiramente em vida
Morrerei com
uma overdose de ti
E se ainda
assim sobrarem algumas folhas, queima-as por favor
Com as
cinzas, faz-me pinturas no corpo
Pinturas de uma guerra perdida...
Pinturas de uma guerra perdida...
Tatuagens de
ti…
... /...
3 comentários:
muito forte!!!
Quem te faz o Poeta escrever assim, é amaldiçoadamente abençoado.
Quem te faz o Poeta escrever assim, é amaldiçoadamente abençoado.
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