quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Banquete de amor

Teu sexo é furna onde me abrigo
Nele sossego e poiso o meu rosto
Universo que se conjuga e desconjunta
Coração que acelera indomável
Ao ponto da minha pele arrepiada
Encontrar na tua a humidade tranquila
Que lubrifica o meu desejo
Fazendo escorregar até ao seu interior
O que dizes ser grande
Ao entrar em ti…

Anda, sente!... sente e goza
Quero que gozes, que grites e te curves de prazer
Que transpires e grites, assolada por choques
Vá, não pares, sente…
Que eu gosto tanto quando comprimes os teus pés
Escorregando de transpirados por sobre os meus rins
Enquanto a tua garganta solta gemidos e língua
Lânguida, ávida de saliva e cuspo
Tempero trocado pelos dois
Degustado durante o banquete
Oferecido pelos nossos corpos

E então ele, onde está?
Onde está o amor?
Por todo o lado, no chão, paredes e teto
Nas mãos no olhar, no toque e no olfato
Nos palavrões que usas, na forma como de mim abusas
Nos preliminares, na excitação, no ato
Agora, vá, estamos quase, por favor não pares…
Quero-te assim, pronta a te desintegrares
Estou aqui contigo, vou para onde me levares
Silêncio, onde estamos?...
Decerto planamos!?...

Deixa-te estar, fica calma aqui comigo
Quero que regresses a ti em sossego
Goza e sente a tranquilidade
Gosto que me sintas assim, nu e estoirado
Aconchegado a ti e todo transpirado
E tu a mim, suada e deliciada
Enquanto nossas mãos se esfregam e nos enxugam
Apertando-se tensas feitas camurça dos Balcãs
Nesta tranquilidade partilhada pelos nossos sexos
Após tão excitante banquete de amor
Antecipando a merecida sesta até de manhã

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