sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Bom dia

Abro a janela do meu sotão
Sinto o ar fresco a tocar-me a face
Dou-lhe os bons dias
Só depois o convido a entrar…
Então, como quem o desejo adia
Sopra-me, escapa-se e gira
Gira, gira e rodopia…
Num misto de recusa e rebeldia
De encontro às paredes e teto…

Por fim ao assunto vai direto…
Desce pelo esconso dos fundos
Aninha-se na minha cama
Tapado, para não se constipar
E como gente que se ama
Tranquilo, deixa-se assim estar
Depois de resolvido o assunto
Abraça-me, toma duche junto
Vai embora e deixa-me a sonhar…

… /…

Um comentário:

a_ciganita disse...

Simpática essa aragem que entra pela janela do teu sótão e te deixa, por fim, a sonhar. Também tenho uma janela dessas. Por ela entram sonhos - em deslize - pelos braços da Lua e eu aninho-me em felicidades imaginadas. E de manhã acordo cheia de cócegas, com os beijos repenicados, mas suaves, do Sol.