quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Presunção

Nunca ninguém está preparado para o que vem a seguir.
Por mais que o digam ou queiram fazer crer, ninguém está preparado para o que desconhece ou não sabe…
Agora, podem tentar estar preparados para isso mesmo. Para a aceitação do desconhecido…
Significa aceitar a ignorância sem qualquer presunção ou certeza de que o vão conseguir, sentir que se é capaz de enfrentar tudo, até o fracasso.
Serão esses mais fortes que os demais? Serão esses os escolhidos, os aptos para ensaiarem modos de vida alternativos, providos de sofrimento, frustração e dor?
Ou serão apenas eles que o interpretam assim?
Não sei…
Gostava de acreditar que a consciência e a capacidade de sofrimento são distribuídas, na justa medida, por todos aqueles aos quais está destinado qualquer coisa de muito forte, quando já não tiverem os pés cá assentes neste mundo.
Serão eles, então, deste modo, os verdadeiros predestinados!? Os bem-aventurados?
Então e os outros, os que não sofrem!?
Os que enfrentam tudo sem um queixume?
Os resignados, sem o serem, porque nem sequer tiveram tempo para saberem o que é sê-lo. Penarão eles neste mundo sem saberem ou esperarem o que quer que seja?…
Sucesso ou fracasso, o que é isso?...
Assim, dessa forma complacente, comendo e calando, sentido na alma o peso dos dias.
Por fim, os outros… Os que nunca sofreram e jamais fracassaram. Os que só conheceram o sucesso. Os que estão preparados para tudo…
Os dominadores, os perigosos! Não sofrem mas sabem fazer sofrer.
Os inventores, cujas cabeças não param, tal o treino e a deformação!...
Os que fogem da dor, os que passam por ela e nem se dignam a olhá-la.
Os que se dizem ser tudo aquilo que nunca poderão ser, na verdade.
Os verdadeiros iludidos, perdidos, maus e presunçosos. Esses são os piores.
Aqueles de quem eu fujo porque me turvam as ideias.
Esses mesmos, os que me fazem acreditar que algures, um dia, viveremos todos num mundo melhor!...

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