quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Trigonometria

Assim é todos os anos…
Há uma linha à meia-noite que separa a nossa vida já cumprida
Do resto da nossa vida por cumprir
Como se quiséssemos nascer de novo
Começando tudo de novo
Ou quase tudo…
Começamos assim o ano a fingir…
Não sabemos o seu comprimento…
O da linha e o da própria vida por viver
Como se a linha da meia-noite que separa a nossa vida já cumprida
Do resto da nossa vida por cumprir
Fosse uma espécie de linha do esquecimento
Quando devia ser ela precisamente o contrário
Tal e qual!... Linha do pensamento…
Atando as pontas dos anos que ficaram lá atrás
Feitos malha de sentimentos em filigrana
Recordando um por um todos os momentos
E assim seguia a vida…
Seríamos todos mais felizes, era bem capaz!...
Que bom era se a linha da meia-noite que separa a nossa vida já cumprida
Do resto da nossa vida por cumprir
Pudesse ligar os corações daqueles que amamos, amámos e viremos a amar…
Que bom era podermos criar uma fórmula trigonométrica
Ao jeito de Pitágoras!
Resolvia-se o problema…
Acabavam-se as mágoas…
Era, assim, a linha da meia-noite que separa a nossa vida já cumprida
Do resto da nossa vida por cumprir
Idêntica à hipotenusa…
Sendo que o seu quadrado seria igual à soma
Do quadrado dos afetos…

… /…


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