De cada vez
que cerro os olhos
Há um
fotograma nítido teu a estoirar comigo
Pontos coloridos entontecem-me a cabeça
Explodindo
em mandalas de luz
Invadindo as
minhas sinapses estranguladas
Provocando-me
espasmos de prazer...
À deriva
abro e fecho os olhos descontroladamente
Minhas pálpebras
intumescidas registam fotogramas
De cada cota
do teu corpo trémulo
Feito
terreno revolto sujeito a enorme abalo sísmico
Transbordando
lava quente
Que nos
queima por dentro...
São esses, fotogramas nítidos
Captados
pela ante câmara da nossa loucura
Flashados
feitos espasmos elétricos intermináveis
Lembrando
uma chuva de estrelas
De inúmeras peças de um puzzle que rebentou no ar
Condenando-nos em seguida a um abraço em câmara lenta...
Os
fotogramas são depois automáticos
Disparados
pelos meus olhos já em pose
E é então que cada peça do
puzzle, vai girando sobre si
Planando por
sobre os nossos corpos, invadindo o meu em seguida
Rasando outras peças, sem que no entanto se toquem
Até encaixarem na sua posição serena inicial...
E ali
estamos nós como se de magma se tratasse
Na espera do
arrefecimento
Perpetuando-nos
em rochas ígneas
Qual fotograma
de um filme perfeito...
… /…
Um comentário:
Abencoado.
Abencoado quem o vive .
Abencoado quem o consegue por em palavras que tocam e transmitem sentimentos que unem o carnal e o espiritual, num poema quase vivo.
Abencoado quem o escreve.
Abencoados quem o sentirem.
Postar um comentário