segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Hoje foi mentira

Hoje podia não ter acontecido
Só passado e o amanhã que não chega
Hoje foi mentira
E estas mãos que não são as minhas
Pois não agarraram nada
Ficaram inertes a ver as unhas crescer
Perdi-lhes o comando...
Hoje não acordei!
E se me levantei foi porque as pernas insistiram
No cansaço das voltas e trajetos das rotinas
Hoje podia não ter acontecido
E ter-se-iam evitado as palavras ditas há bocado
Até amanhã!...
Hoje ao espelho não me reconheci
Ontem eu era eu e hoje não dei por mim
Espero por mim amanhã
Quando as pernas se levantarem
Logo verei se me reencontrei
Agora, fico-me por aqui
Resta-me esta música que escuto
Que me embalará até ao mais profundo silêncio
Em jeito de celebração por estar vivo
Sem verdadeiramente ter vivido…

… /…

2 comentários:

a_ciganita disse...

Por vezes esbanjam-se dias: os intermináveis, que nos corroem todinhos e nos tornam miseráveis. Como te entendo.

Unknown disse...

Nao quero acreditar que as palavras do Poeta sejam as palavras do Homem.
As palavras do Poeta traduzem-me.
Se fossem as do Homem ,sofriam-me.