E se de
repente eu abrisse a mão soltando a tua que me agarra?
Se os nossos
dedos desatassem os nós que demos tão apertados!?
Talvez a
queda a que me sujeitasse fosse enorme…
Mas valeria
com certeza a pena…
Desmultiplicar-se-ia
o tempo desde o derradeiro momento
Em que os
nossos dedos se abandonariam,
Até que o
solo recebesse o impacto do meu corpo,
O qual seria
tão forte, sem que por isso deixasse mazelas,
Uma vez que
o chão o receberia feito colchão recheado de memórias
Felizes e
únicas, em número razoável,
Tantas
quanto todos os momentos divinos da minha vida
E que são
tantos!…
Que nessa
desmultiplicação,
O percurso
percorrido em vorazes segundos
Pudesse parecer
uma eternidade
Dando-me assim
a oportunidade de revisitar
Os mais
belos momentos da minha existência,
Que teimam
em continuar a existir...
Talvez por
isso, de cada vez que desatamos nós,
A queda seja
inevitável,
Para que as possamos
sentir…
A
desmultiplicação do tempo e a própria queda…
Restituindo-nos
a vontade de voltarmos a viver,
Tornarmos a
entrelaçar as mãos e os nossos dedos voltarem a dar nós
Procurando
desenfreadamente, de novo, o abismo,
Como se de um
magnetismo se tratasse e a isso nos forçasse
Restando, tão só, esperar
que, ainda assim,
Possamos, a
cada vez, tentar ser felizes…
.../...
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