domingo, 13 de outubro de 2013

Luto

Há silêncios que mais parecem luto                      
Chorando almas que ainda não estão mortas       
Sonham vidas p'r às quais fecharam portas       
Regam plantas estéreis que não dão fruto                 

E em cada dia a vida que se cumpre                      
Prende o choro o que faz tamanho mal                  
Torna a morte seu desfecho final                         
Que de amor nem sequer um só vislumbre

No início o vazio que se apodera                                         
Em seguida o silêncio que se instala                                      
Eis que assim de repente num minuto                                

Declara-se de vez um negro luto              
Numa angústia que dentro nos abala                                   
E p'ra sempre uma dor que se tolera

… /…                                                     

2 comentários:

Unknown disse...

E a dor, como companhia , torna-se num vinco, numa dependencia tao funesta quanto o ar que se respira e ja nao se quer. E a Vida ...a VIDA parece como um castigo sem fundamento,repetido como o de Tantalus.

a_ciganita disse...

A minha interpretação pouco importa, o sentimento, esse sim. Ao ler este teu poema, senti algo tão engraçado em mim que, sem tristezas, corri a escrever uma "resposta" que acabei por colocar no meu blog.

Ficaste pois sem ela, ganhei eu mais uma tentativa de fazer versos. Obrigada.