sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Irrecusável

Estou de volta…
Final de mais um dia que acaba como os outros
Pleno de energias que se esgotam como sempre…
Tranquilo como a água deste rio que corre sem parar
À margem de mim…                             
Sentado, fico a pensar…
Recordo o passado…
Choro o que fui e lamento o que não atingi
Não me contento…        
Por fim saboreio as lágrimas
E sorrio…
Eu…
Aquele que sempre quis ser quem tudo dominou
E que foi feliz por isso…
Estendo a mão e sinto o cheiro a humidade que o rio transporta
Ou trata-se apenas do teu cheiro?
Respiro fundo, penso em ti…
E sorrio de felicidade porque sou feliz
Mentira!... É mentira!...
É mentira porque me magoa…
Magoa-me ainda hoje porque percebo
Que nunca alcancei o que sonhei
E às vezes até acreditei que sim
Por confiança ou sobranceirismo
Ou porque apenas acreditei…
No entanto desiludi-me tantas vezes…
E desiludi-te também…
Verdade!
Mas neguei-o sempre…
Por isso hoje não quero mais
Porque hoje senti… Oh se senti!...
E gostei… Oh se gostei!...
E aqui estou junto ao rio, à margem de mim
Disposto a amar-te
Eu que nunca quis
Eu que nunca me dei
Eu que sempre tudo dominei
Ou julguei que sim…
Estou pronto a esquecer o passado
A viver o que a vida me quiser dar
Eu…
Eu que estou aqui à espera
Não nego que já não me restam forças
Para te recusar…

... /...

Um comentário:

a_ciganita disse...

Irrecusável é abrir a porta à solução. Como seria fácil se mais irrecusáveis surgissem, assim, com tanta certeza.