Dão-nos um
nome e um número
Comprido, e logo ao nascermos
Roubam-nos o sonho e a identidade
Obrigando-nos
a crescer incógnitos
E sem esperarmos, num dado momento
Donos de nós, que falsidade
Pois, injustiçados
há muito,
Ainda nos acusam de havermos pecado
Em jeito de redenção,
acendem-nos o paraíso
Mas servem-nos
o inferno já apagado
Exploram-nos
anos e anos, a fio
Humilham-nos
e esquecem-se de nós
Sempre que decidem ser necessário
Chupam-nos o
tutano, impõem-nos desafios
Decretam que
somos precisos, mas mostram-nos o contrário!
Manipulam-nos
e aligeiram-nos a idade
Querem-nos
jovens até bem tarde
Impedem-nos
o que seria o descanso merecido
Prolongando-nos
por mais meia vida a meia-idade
Matam-nos a alegria e ficam-nos com a liberdade
Já perto do fim, adiam-nos o fim e a felicidade
Já perto do fim, adiam-nos o fim e a felicidade
De vez em
quando usam-nos
Passeiam a
nossa velhice pela avenida
Num cortejo onde a mentira se confunde com a verdade
… /…
Nenhum comentário:
Postar um comentário