Um dia tive
uma casa
E a minha
casa era o meu mundo
E como eram
belos, o meu mundo
E a minha
casa
Nela cresci
protegido do medo
Nela aprendi
o método e o respeito
Nela recebi
amor e tomei-lhe o jeito…
E foi assim
que cresci
Tive mãe e
tive pai
Hoje a casa
já lá vai
Mas continuo
a ter-te, pai
Da casa
guardo tudo
A
recordação, a imitação, a verticalidade
A força, os
valores, a alegria e a saudade…
Ruiu a
construção
Foi-se a
casa mas o terreno existe
No meio dos
escombros um pilar persiste
Sinal de que
outrora
Houve vida
alicerçada e que hoje
Sobre as
ruínas de um passado recente
Ao seu redor
há nova vida e nova gente…
É por isso
que te recordo
E guardo
sólido sentimento
Sabendo que
embora não te vendo
És parede
mestra do meu projeto
Pilar da
minha casa e do meu mundo
Arquiteto
da minha construção, meu papá
E que só por
isso viverás p’ra sempre por cá…
.../...
Um comentário:
A arquitectura mantém-se sempre que se desejem as lembranças que, de tão boas, se expandem, criam raízes e tornam-nos a vida mais simples, mais agradável. A elas seremos fiéis, delas retiraremos, assim, o melhor: a felicidade e a gratidão de nos terem passado testemunhos valiosos e valorosos. Tens de ser um homem, decerto, feliz.
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