Que bom que é poder viver
E ter histórias p’ra contar
Coisas novas p’ra saber
Bons amigos p’ra abraçar!
O dia ontem
teve de tudo
Riso,
angústia e também ansiedade
Daquilo que
faz girar o mundo
Teve mesa e
bebeu-se bom vinho
Muita
saudade e muito carinho
Passeio à
chuva, tanta beleza
Entre
afectos e amor de verdade
Um plátano,
meu Deus, que grandeza
Vários brindes, ondas à amizade!
Esta coisa da idade
Vai dando cabo do corpo
Só por causa da amizade
Não fui dado como morto (!?...)
Começaram o
dia bem cedo
Foram muitas
as dores que tiveram
Sem protesto
e em completo segredo
Com passada tão
frágil e manca
Fazendo
pressão forte na anca
Já de noite,
na volta, empenados
Uma tal
milagrosa paragem
A fim de
dois trocarem os lados
Ditou o
enigma desta viagem!
Desde sempre ouvi dizer
Que o cão é o melhor amigo
Do homem, que quando em perigo
Logo diz: Vai tu, mulher (!?...)
Entre
tintos, patês e amigos
Lá passaram radiantes
o dia
Riscos
inúmeros, tantos os perigos
Não tivesse
passado um tal ciclista
Facilitando
a fuga ao artista
Certamente
que ainda estariam
À espera,
ali no carro, trancados
Com medo de
três cães que viriam
A revelar-se
serem mimados!
Como é bela a amizade
Desta gente ai, ai, ai!...
Há lá maior verdade
Que a alegria daquele pai (!?...)
E entre
buzinas, cães e assobios
Conseguiram o
menino acordar
Entretanto
chegaram os tios
Com ar grave
e de cara fechada
Queixando-se
da viagem marada
Marcada pelo
enjoo do petiz
Que decidiu
deitar carga ao mar
Mas que de
imediato, logo lhes diz
- Ei “bué da
fome”, quero almoçar!
Sinto-me embaciado
Sinto-me embaciado
Não imagino porquê
Mesmo trocando de lado
Do meu lado não se vê (!?...)
Importa aqui
também relatar
O porquê da
razão deste enredo
A Marília
estava a festejar
O seu
aniversário e feliz
Em
Portalegre a todos nos quis
Dia de
romaria, pois foi
Partida do
Montijo, bem cedo
Só que o
adotado não viu um boi
Seu vidro
embaciado, que medo!
Diz que mais vale um na mão
Do que ter dois a voar
Bolo de anos é que não
Melhor ter dois p'ra provar
Estava já toda a gente sentada
À espera dos seus pratos escolhidos
Quando a onda gigante, malvada
Começou de maneira dolente
Envolvendo depois toda a gente
Mas guardado p'ró fim estava o bolo
Quantidade a dobrar, ah pois, pois!
E eu que desta vez não fui tolo
Atirei-me a ambos os dois!
Diz que mais vale um na mão
Do que ter dois a voar
Bolo de anos é que não
Melhor ter dois p'ra provar
Estava já toda a gente sentada
À espera dos seus pratos escolhidos
Quando a onda gigante, malvada
Começou de maneira dolente
Envolvendo depois toda a gente
Mas guardado p'ró fim estava o bolo
Quantidade a dobrar, ah pois, pois!
E eu que desta vez não fui tolo
Atirei-me a ambos os dois!
E por vezes a distância
Acentua o esquecimento
Relativo como o tempo
Alguém esquece a sua infância (!?...)
Depois da
comezaina estiveram
Em casa da
Marília e do Zé
Onde outra
vez bom vinho beberam
Indo todos ao sótão parar
Gente houve
a querer por lá pernoitar
Só o adotado
disse que não
Puxando toda
a malta p’ra rua
Abandonando
assim o sótão
Era já noite, a ver-se p’la lua!
Amizades de criança
Santo e senha, pois então
Quanto mais o tempo avança
Bem mais importantes são!
Anafados, no
carro, na volta
Pudera,
atafulhados em roupa
Lembrou-se o
adotado que solta
Aquilo que
ninguém já esperava
Timidamente
lá os convidava
A fim de
prolongarem o dia
Mesmo que a
fome fosse tão pouca
Após servida
tanta iguaria
A comerem em
sua casa uma sopa!
O mistério a desvendar
Ensombrou todo este dia
O vidro a se embaciar
Só de um lado acontecia (!?...)
E se não
fora a escola segunda
Talvez
tivessem todos ficado
Porque a
vontade era profunda
De desvendar
o enigma fatal
Assim,
talvez p’ra lá do Natal
Possa
saber-se o tal resultado
Que passa
por se ter a razão
Pela qual só
embacia o lado
Em que viaja
o adotado João!?...
E não é que o embaciado
Em enigma se tornou
Atacando só o lado
Em que o adotado viajou (!?...)
Já de volta a caminho
Lá atrás tudo a falar
Eis senão, num bocadinho
Torna o vidro a embaciar (!?...)
Fica assim pois já lançado
Novo encontro p’ra saber
O porquê de só se ter
Um vidrinho
embaciado (!?...)
Há p’ra mim uma razão
Chamo-lhe eu de amizade
Não é mais do qu’ a humidade
Suor
do meu coração !... /...
Um comentário:
Está super lindo João. E fez-me rir, de novo. Os relatos - prosa e verso - falam de factos iguais. Também estavas lá? lol
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