Acabei de
embrulhar mais um final de dia…
Arrumei-o no
meu sótão
Está aqui ao
pé de mim, dentro de uma caixa
E espero bem
que adormeça em breve…
Os sótãos
servem para isto mesmo
Arrumar
coisas, embrulhar e desembrulhar outras
E assim se passa
um serão
Até nos dar
o sono...
Tenho aqui,
guardados no meu sótão
Outros
tantos finais de dia já encaixotados
Com eles
construirei, um destes dias, alguma coisa, não sei
Ou então,
coloco-os no porta-bagagens do carro
E vou
vendê-los à feira
Pode ser que
alguém me dê alguma coisa por eles
Afinal, os
meus dias são os meus dias…
Pode ser que
haja alguém interessado neles!?...
Se ninguém
os quiser, troco-os por qualquer coisa
Meia dúzia
de esferográficas, pode ser!...
Posso assim passar
os meus serões a escrever sobre os meus dias
E a inventar-lhes
novos e diferentes finais…
É isso!...
Amanhã é
sábado…
É dia de
feira!
Por favor
vai lá ter comigo…
Passa pela
feira e encontramo-nos por lá
Diz-me que
não estás interessada nos meus dias já encaixotados
Que apenas te
interessam os que aí vêm
Porque os
meus finais de dia passarão a ser os teus também…
E amanhã,
depois da feira terminar
Vamos ficar
os dois a fazer serão
A desmanchar
os caixotes que não vendi
A escolher alguns por entre os meus dias já passados
E que não trocarei por esferográficas
Dado que os
nossos dias futuros já estão escritos…
... /...
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