Hoje podia
não ter acontecido
Só passado e o amanhã que não chega
Hoje foi
mentira
E estas mãos
que não são as minhas
Pois não
agarraram nada
Ficaram inertes a ver as unhas crescer
Perdi-lhes o
comando...
Hoje não
acordei!
E se me
levantei foi porque as pernas insistiram
No cansaço
das voltas e trajetos das rotinas
Hoje podia não ter acontecido
E ter-se-iam
evitado as palavras ditas há bocado
Até
amanhã!...
Hoje ao
espelho não me reconheci
Ontem eu era
eu e hoje não dei por mim
Espero por mim amanhã
Quando as
pernas se levantarem
Logo verei
se me reencontrei
Agora, fico-me
por aqui
Resta-me esta música que escuto
Que me
embalará até ao mais profundo silêncio
Em jeito de
celebração por estar vivo
Sem verdadeiramente ter vivido…
… /…
2 comentários:
Por vezes esbanjam-se dias: os intermináveis, que nos corroem todinhos e nos tornam miseráveis. Como te entendo.
Nao quero acreditar que as palavras do Poeta sejam as palavras do Homem.
As palavras do Poeta traduzem-me.
Se fossem as do Homem ,sofriam-me.
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