Sou o tosco,
o naif, o poeta
Sonhador, o
artista da treta
O pintor, dos que pinta aguarelas
Contador de outras tantas balelas
Sou a
anedota, sou o riso e a piada
Tanta
coisa e às vezes sou nada
O vazio que me ocupa e me cansa
Sou o herói
cheio de medo que avança
Sou o sonho
que dorme comigo
Que me
acorda e me fala ao ouvido
Com a vontade
que ora vai e ora vem
Sou o que
ri e o que chora também
Eu sou o muro
que teimo em saltar
A barreira que tento passar
O deserto
que tenho p'la frente
Eu sou um
boneco entre tanta gente
Sou eu próprio, o que não se conhece
Que se esconde e que não se merece
Sou aquele que nunca se dá
O que embora
presente, não está
Sou o amante
por vezes querido
Curioso,
fugaz e atrevido
Fugidio, que é medroso e incapaz
O herói ou vilão, tanto faz
Sou eu mesmo e assim como sou
Dá-me o
tempo aquilo que tirou
Se essa
ausência for o meu castigo
Sou feliz por o haver já cumprido... /...
Nenhum comentário:
Postar um comentário