segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sou, sou, sou...

Sou o tosco, o naif, o poeta
Sonhador, o artista da treta
O pintor, dos que pinta aguarelas
Contador de outras tantas balelas

Sou a anedota, sou o riso e a piada
Tanta coisa e às vezes sou nada
O vazio que me ocupa e me cansa
Sou o herói cheio de medo que avança

Sou o sonho que dorme comigo
Que me acorda e me fala ao ouvido
Com a vontade que ora vai e ora vem
Sou o que ri e o que chora também

Eu sou o muro que teimo em saltar
A barreira que tento passar
O deserto que tenho p'la frente
Eu sou um boneco entre tanta gente

Sou eu próprio, o que não se conhece
Que se esconde e que não se merece
Sou aquele que nunca se dá
O que embora presente, não está

Sou o amante por vezes querido
Curioso, fugaz e atrevido
Fugidio, que é medroso e incapaz
O herói ou vilão, tanto faz

Sou eu mesmo e assim como sou
Dá-me o tempo aquilo que tirou
Se essa ausência for o meu castigo
Sou feliz por o haver já cumprido

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