terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sombras

Cada vez mais 
Convencido da verdade falsa das coisas…

Ainda há pouco na rua
O sol projetava sombras escuras
Contornos preenchidos dum profundo negro
De gente ambígua na sua rotina…

As ruas estavam cheias
De pessoas parecendo pombos
Esvoaçando sem rumo ou direção
Chocando entre si
Num frenesim, feito jogo de crianças aos gritos
Carregando consecutivamente com os seus dedos
Botões que dão ordens a quem passa
Compondo a desordem, qual reflexo das suas vidas…

De repente há um carro que passa e não permite ouvir
O que se gostava de ter ouvido…
A perda do olhar lançado a algo que desapareceu
Por detrás do objeto em movimento
Projetando o desejo e a curiosidade
De se voltar a olhar o que não é permitido
Apenas porque um capricho de momento
Traçou linhas de perspetiva impossibilitando o vislumbre…

Por fim, o sol que projeta as sombras…
As sombras que se escondem por detrás dos corpos
Nos seus contornos preenchidos dum profundo negro
Caminhando rumo a nenhum lado…

Cada vez mais 
Convencido da verdade falsa das coisas
Tropeço nas sombras da rua…

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